Canas

    Divisão: Magnoliophyta

    Família: Poaceae

    Nome científico: Arundo donax L. L.

    Nome vulgar: Cana-comum, cana-do-reino, canavieira

 

    Como reconhecer:
   Erva vivaz de grande porte, com longos caules cilíndricos e ocos. Colmos (caules) com 2-6 m x 1-3.5 cm, robustos, simples ou pouco ramificados, com os nós envolvidos pelas bainhas arredondadas das folhas. Folhas com 1-8 cm de largura, lanceolado-ineares, glaucas, auriculadas na base e longamente atenuadas em ponta fina. Flores reunidas em panículas com 30-90 cm, oblongas, densas e ± contraídas, geralmente curtamente pedunculadas.


   Espécies semelhantes:
   Phragmites australis (Cav.) Steudel. tem alguma semelhança mas tem dimensões muito menores.


    Origem:
   Parte oriental da Europa, Ásia temperada e tropical.

    

    Motivos para a introdução:
   Provavelmente introduzida pelo interesse dos colmos nomeadamente na agricultura. Utilizada frequentemente em sebes e
para segurança de taludes. Cultivada por todo o Portugal Continental, excepto nas grandes altitudes.


   Estatuto legal em Portugal:
   Espécie listada como exótica mas não considerada invasora. No entanto, observada com comportamento invasor em frequentes
localizações em Portugal.


   Distribuição em Portugal Continental:
   Todas as províncias.

 

    Características que facilitam a invasão:
    Reproduz-se vegetativamente apresentando taxas de crescimento elevadas. Os fragmentos dos rizomas são facilmente transportados nos cursos de água, originando novos pontos de invasão a grandes distâncias. Os ramos mortos são altamente inflamáveis e a própria planta acaba por rebentar muito facilmente após o fogo. É frequente formarem-se clones que podem ocupar áreas extensas, retirando a vegetação nativa, excluindo a fauna associada e interferindo com o fluxo de água.


    Ambientes preferenciais de invasão:
    Muito comum nas proximidades das linhas de água. Invade zonas ripícolas, ao longo de diques, zonas húmidas, paúis e zonas pantanosas costeiras. É também muito frequente na margem de estradas e áreas agrícolas. Uma vez estabelecidas podem formar clones gigantes, por vezes cobrindo centenas de hectares.


    Metodologias de Controlo

    - Controlo físico: corte repetido pode ser relativamente eficaz mas se forem deixados pequenos fragmentos de rizomas no
solo estes podem levar a restabelecimento da invasão. Para melhores resultados recomenda-se a remoção física dos
rizomas, apesar de ser um trabalho moroso e dispendioso, e por isso mais adequado para populações pequenas.
    - Controlo químico: Quando se opta pela utilização de herbicidas, estes devem ser apropriados para zonas húmidas ou
aquáticas. Herbicidas sistémicos, como o glifosato, podem ser aplicados depois da floração, tanto por aplicação na zona de
corte, como por pulverização foliar. Fogo controlado, quer sozinho ou combinado com aplicação de herbicidas, pode ser
eficiente se feito após a floração. Tendo em conta os possíveis efeitos adversos, nas outras espécies e no meio ambiente, a
aplicação de químicos deve ser sempre muito bem ponderada, sendo desaconselhada em áreas naturais.

    A ter em atenção
   Os herbicidas devem ser aplicados após a floração. Uma vez que esta espécie tende a espalhar-se para jusante, a melhor opção é começar o controlo a montante. É essencial assegurar o controlo de seguimento após o controlo inicial, para remoção de novos rebentos. Descuidar o controlo de seguimento pode resultar na rápida re-invasão da área. A persistência é fundamental até que não sejam observados mais rebentos. É fundamental que se respeite rigorosamente a informação dos rótulos dos produtos e os cuidados gerais da aplicação de químicos, nomeadamente, a não aplicação em dias de precipitação nem dias de muito vento e a utilização de material de protecção.

 

 

NOTAS:

    - Toda a informação sobre as canas foi recolhida em: https://www1.ci.uc.pt/invasoras/index.php?menu=114&language=pt&tabela=especies

    - Especial agradecimento ao Carlos Oliveira MyPoinTi, WebDesign - www.mypointi.com)

    - Fotografias digitais: Grupo Fotografia Ecológica

    - Fotografias pinhole tiradas e reveladas pelo Grupo Fotografia Ecológica

    - No blog: https://fotografiaecologica.webnode.com.pt/news/canas/