Etapas do processo de invasão

 

    A introdução de espécies exóticas corresponde, no início, a um aumento da riqueza específica à escala regional. Com a continuidade, algumas espécies revelam elevado sucesso no seu estabelecimento, e aumentam exponencialmente a sua área de distribuição. Outras nunca chegam a expandir-se ou, em casos extremos, extinguem-se mesmo.

 

    De todas as espécies que são introduzidas, uma parte fixa-se para além do seu local de introdução inicial e forma populações que se mantêm a si próprias, sem a intervenção do Homem, em habitat naturais ou semi-naturais. Quando isto sucede, diz-se que essa espécie está naturalizada (ver figura). Uma espécie naturalizada pode permanecer estável, com uma população em equilíbrio, durante tempo variável (em alguns casos para sempre) até que algum fenómeno estimule o aumento da sua distribuição. Se esse estímulo ocorrer a espécie torna-se invasora. O estímulo pode ser uma perturbação natural (como um fogo ou uma tempestade) ou antropogénica (como alterações no uso da terra, fogos de origem humana, ou construção de infra-estruturas). As perturbações traduzem-se, muitas vezes, por aberturas de clareiras e o aparecimento destes nichos vazios constitui uma excelente oportunidade para uma espécie invasora se fixar. O estímulo pode ainda ser dado pela introdução de um agente dispersor ou polinizador, ou pela ausência de inimigos naturais.

 

    Em resultado das alterações globais é provável que no futuro algumas destas perturbações se tornem mais frequentes, o que poderá agravar muitos problemas de invasão. O subsequente aumento de distribuição da espécie invasora, depende da sua taxa de crescimento e reprodução, da eficiência dos seus mecanismos de dispersão e das características do habitat invadido.

 

    Nas últimas etapas de um processo de invasão, as espécies invasoras passam a interagir e/ou competir com as espécies animais, vegetais ou outras formas de vida que as rodeiam e, finalmente, podem ou não estabilizar. O sucesso dos processos de invasão depende não só dos atributos das espécies invasoras, mas também da natureza, da história e da dinâmica dos ecossistemas invadidos. A pressão dos propágulos, considerando o número de propágulos da espécie invasora introduzidos no habitat, e o momento da sua introdução, são também considerados determinantes no sucesso de uma espécie.

 

 

Fonte: https://www1.ci.uc.pt/invasoras/index.php?menu=52&language=pt&tabela=geral