Penachos

05-03-2010 20:37

    Boa noite a todos,

    Hoje, Fotografia Ecológica dá a conhecer mais uma planta invasora. Hoje é a vez dos Penachos. Neste poste incluimos toda a informação recolhida sobre esta espécie bem como a fotografia pinhole (positivo e negativo) e fotografia digital desta.

Divisão: Magnoliophyta
Família: Poaceae
Nome científico: Cortaderia selloana (J.A. & J.H. Schultes) Aschers & Graebner
Nome vulgar: penacho, penacho-branco, erva-das-pampas, paina, plumas, capim-das-pampas

 

Como reconhecer

Erva vivaz de grande porte e grandes plumas branco-prateadas.

Espécie herbácea rizomatosa, robusta, perene, de 1,5-2,5 m de altura, com numerosos colmos (caules) densos, cuja roseta de folhas basilarchega a atingir 3,5 m de diâmetro. Folhas acinzentadas ou verde-azuladas, lineares e de margens ásperas (cortantes), com ápice acuminado, formando um “v” quando vistas em corte transversal. Inflorescências constituídas por plumas grandes, densas, branco-prateadas, medindo entre 40 e 70cm de altura, podendo situar-se a mais de 4 m de altura, muito ramificadas, assemelhando-se a penas. Ocorre uma forma de plumas arroxeadas e outra, mais rara, amarela.


Espécies semelhantes


Cortaderia jubata (Lemoine ex Carriere) Stapf é semelhante mas distingue-se de C. selloana pela panícula mais solta, amarelada ou rosada e espiguetas menores (1,27-1,59 cm), aristas brancas até 3,96 mm, lema com aristas até 7,95 mm surgindo acima do topo da pálea.
 


Origem

Parte tropical do Sul da América, Chile, Argentina


Motivos para a introdução

Introdução para fins ornamentais


Estatuto legal em Portugal


Espécie listada como exótica mas não considerada invasora. No entanto, apresenta comportamento invasor em muitos locais em Portugal Continental, com crescimento exponencial das populações.


Distribuição em Portugal Continental

Minho, Douro Litoral, Beira Litoral, Estremadura, Algarve


Características que facilitam a invsão invasão

O crescimento vigoroso e a formação de rosetas densas tornam-na uma eficaz competidora, dominando a vegetação nativa em estágio de regeneração inicial ou herbáceo-arbustiva. Os densos aglomerados que origina criam barreiras à circulação da fauna. A produção de sementes é extremamente elevada, as quais são dispersas eficazmente pelo vento. Tanto a parte aérea como a subterrânea removem eficazmente os recursos disponíveis para as outras espécies. As folhas cortantes podem limitar a utilização de áreas onde as suas populações aumentem muito.


Ambientes preferenciais de invasão


Áreas degradadas onde aparece como espécie oportunista antes do estabelecimento da vegetação natural. Muito espalhada em algumas dunas costeiras, ao longo de vias de comunicação e áreas perturbadas. Consegue estabelecer-se numa grande variedade de solos mas cresce melhor em solos profundos, com boa drenagem. Encontra-se muito frequentemente em áreas com muito sol, que recebam alguma humidade. É sensível ao gelo na fase de plântula, tornando-se mais tolerante com a maturação.


Metodologias de Controlo


Controlo físico:
plântulas e plantas pequenas podem ser arrancadas à mão ou escavadas nas situações de solos pouco compactos.
Plantas maiores podem ser removidas recorrendo a maquinaria pesada, ou cortando a planta pela base com motorroçadora e posteriormente removendo os rizomas com enxadas ou outro equipamento. A biomassa pode ser posteriormente queimada. No entanto, esta metodologia torna-se demasiado difícil, dispendiosa e causadora de perturbação em áreas com muitos indivíduos.

Controlo químico:
aplicações foliares de herbicidas com glifosato (2 a 4%, variando com o produto) são eficazes. As plantas devem ser pulverizadas até estarem molhadas mas não a ponto de escorrer; o herbicida deve ser aplicado no início do dia. Deixar as plantas no local após a pulverização pode causar menos perturbação, ajudando a diminuir a germinação de plântulas. Outra alternativa é remover as folhas e panículas através de corte ou queima e só depois tratar o novo crescimento com um herbicida de pós-emergência. As sementes permanecem viáveis por alguns meses. Testes mostraram que algumas plantas recuperaram um mês após a aplicação do herbicida que deverá, então, ser reaplicado. endo em conta os possíveis efeitos adversos, nas outras espécies e no meio ambiente, a aplicação de químicos deve ser sempre muito bem ponderada.
 


A ter em atenção

Conter as sementes ou panículas de flores colocando-as em sacos duplos para serem posteriormente destruídas ou aguardar a sua degradação.
Não deixar os rizomas arrancados em contacto com o solo e/ou outro substrato, já que estes recuperam facilmente. Assegurar o controlo de seguimento, cuja ausência pode resultar na rápida re-invasão da área. A persistência é fundamental até que não sejam observados mais rebentos ou plântulas. A aplicação do químico deve realizar-se nos primeiros segundos após o corte - quanto menor o tempo entre o corte e a aplicação do produto, maior a eficácia do tratamento. Descuidar este aspecto resulta muitas vezes no reduzido sucesso da metodologia. É fundamental que se respeite rigorosamente a informação dos rótulos dos químicos e os cuidados gerais da aplicação de químicos, nomeadamente, a não aplicação em dias de precipitação nem dias de muito vento e a utilização de material de protecção. Os trabalhadores devem usar roupas protectoras aquando da remoção manual já que as folhas são extremamente cortantes

 

   

    (Toda a informação sobre as canas foi recolhida em: https://www1.ci.uc.pt/invasoras/index.php?menu=114&language=pt&tabela=especies)!

    Este poste tem um especial agradecimento ao Carlos Oliveira (MyPoinTi, WebDesign -
www.mypointi.com).
   

    Cumprimentos a todos!


Ana Soares, Joana Ferreira, Paula Oliveira, Tânia Pinheiro
 

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